Na sexta-feira, 20, a Polícia Civil de Carapicuíba recuperou nove metralhadoras furtadas recentemente do quartel do exército de em Barueri. As armas estavam escondidas em um lamaçal na Estrada Municipal Emil Scaff, próxima à saída 57 da Rodovia Castelo Branco, em São Roque.
Os policiais Civis obtiveram informações sobre uma ação criminosa relacionada ao transporte de armas de fogo de grosso calibre, possivelmente para outro estado. Segundo as informações apuradas pelos investigadores, tal ação ocorreria em uma região de chácaras na cidade de São Roque.
A investigação identificou o local da transação, onde dois indivíduos quando notaram serem vistos abriram fogo. Na troca de tiros, uma viatura ficou perfurada pelos disparos.
Após o tiroteio e a fuga dos dois suspeitos, foram localizadas nove armas, sendo cinco metralhadoras calibre .50 da marca Browning e quatro metralhadoras calibre 7.62 da marca Mag.
"Elas [as metralhadoras] tinham endereço certo. A informação que se tem é que tanto Comando Vermelho quanto PCC seriam os destinatários finais desse armamento", disse na manhã deste sábado (21) Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública (SSP) de São Paulo durante coletiva de imprensa em um evento na capital.
O Exército confirmou que as armas localizadas fazem parte do caso do desvio do Arsenal de Guerra do Exército Brasileiro, em Barueri.
Um pouco do caso
No final do mês passado, 21 armas de grosso calibre sendo 13 metralhadoras calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7.62 foram furtadas do Arsenal de Guerra de um quartel do Exército, em Barueri (Veja aqui ) O furto só foi verificado pelo Exército no último dia 10 de outubro.
Segundo o Instituto Sou da Paz, esse foi o maior desvio de armas da história do Exército brasileiro desde 2009, quando sete fuzis foram roubados e depois recuperados pela polícia de um batalhão em Caçapava, interior de São Paulo.
Oito armas já tinham sido encontradas pela Polícia Civil no Rio de Janeiro. Mais nove armas foram encontradas agora. Quatro metralhadoras continuam desaparecidas. Segundo o instituto Sou da Paz, Não existe blindagem no brasil capaz de impedir o disparo de uma bala .50.
Investigações
O Comando Militar do Sudeste (CMSE) do Exército passou a investigar internamente e sozinho o desaparecimento delas e impediu a saída da tropa do quartel. Inicialmente, cerca de 480 militares foram impedidos de irem para casa e tiveram seus celulares confiscados. Mas 320 foram liberados e até este final de semana, 160 continuavam "aquartelados".
O Exército não fez B.O. sobre o furto. Desta forma, a Polícia não pode investigar. Tanto no Rio de janeiro como em São Roque Nenhum suspeito foi preso.
Após o sumiço das metralhadoras, o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, diretor do Arsenal de Guerra, foi exonerado, conforme publicação do Diário Oficial da União. Ele será transferido para outro quartel.
O Exército constatou ainda que mais de três militares participaram do crime. Eles foram identificados, mas não tiveram seus nomes e patentes divulgados. Todos responderão a processo interno e poderão ser presos e expulsos da instituição. A suspeita é de que eles foram cooptados por facções interessadas em comprar as metralhadoras para usarem em ações criminosas.
Não existe nenhuma linha de investigação que aponte para um assalto. Todas as hipóteses partem do princípio de uma iniciativa de pessoal interno. Estima-se que estas armas saíram aos poucos, em diversos veículos do próprio exército, pois ao todo elas somam mais de meia tonelada.
Por meio de nota, o Exército informou que as nove armas foram recuperadas numa ação conjunta com a Polícia Civil de São Paulo.
No entanto, O Delegado Titular do 1º DP de Carapicuíba, Dr. Marcelo José do Prado, negou que a Polícia Civil tenha encontrado as armas em uma operação integrada com o Exército.
Comments